quarta-feira, 27 de março de 2013

she hates me.

Ontem e hoje. Porque amanhã não existe. Amanhã é definitivamente incerto. Amanhã é incompleto. Amanhã é imperfeito. Ontem e hoje é perfeito, porque aconteceu. Amanhã é indefinido. Amanhã posso ir a Braga. Hoje sei que por aqui estou. E que hoje é ideal. E que amanhã é irreal. Amanhã não passa de um sonho. Amanhã parece que nunca irá passar de um sonho. E eu não gosto de viver em sonhos. Porque amanhã será hoje e amanhã, irá dar à luz a outro amanhã. Se eu vivesse de amanhãs. Se eu vivesse disso. Estou farto de amanhãs. Eu quero hoje. Quero agora. Quero resolver-me. Quero que o inalcançável seja material. E o material foi feito hoje, para amanhã. Para um amanhã inexistente. Eu sei que sou parvo quando pareço uma criança. Os meus desenhos assim o mostram. Ainda bem que ficou incompleto. Ironia. A ironia é fazer algo e deixá-lo incompleto para o entregar amanhã e, mais tarde, descobrir que o amanhã é incompleto também. Deixa qualquer pessoa a pensar se era possível acabar. E começar. Não passou de um sonho. E agora há outro sonho. Espero que seja o último e que os próximos sejam realidade. Talvez uma anormalidade no mundo possa ser continuada. Talvez possa ser anormal e acontecer. Já se sucederam situações piores. Situações inimagináveis. Foda-se, o Zé Cabra editou um álbum. E vendeu-o. Isso também é uma anormalidade. Outra anormalidade é 2 pessoas completarem-se e chorarem e não terem nada em comum e serem um bocado danificadas e dizerem que gostam uma da outra e sem se verem assim continuam e queimam horas em chamadas telefónicas e adormecem a pensar um no outro e têm medos e… E um deles chora. Mesmo que diga que não. Esse tem razões bem mais que profundas para isso. Esse gostava de lhe dizer mas, mesmo não o conhecendo, tenho a certeza que tem as suas razões. As suas razões para entrar num estado que prende a garganta e aleija o maxilar inferior e o leva a falar de forma esquisita. A outra personagem acaba por ir cozinhar, mal ela sabe que chocolates bastavam para se alimentar. Tentou dizer-lhe isso mesmo “Come chocolates, pequena.” mas com que propósito? Eles sabem que um dia tem que acontecer. E que se acontecer, Não. Ninguém quer pensar tão distante. Porque o que estava perto acabou por não o estar, ninguém lhe garante que daqui a uma semana perto irá voltar a estar. Não se consegue adivinhar o mundo material de amanhã. Apenas o espiritual. Espero que o espiritual dure bem mais tempo porque é um mundo seguro, é um mundo sem paredes e que protege. Se calhar o espiritual não está destinado a juntar-se ao material. Não aceito isso e sei que devia. Sei que não se pode contrariar algo impossível de acontecer, se assim for determinado. Mas… “The Adjustment Bureau”. Um muito bom filme para ambos.


Uma prenda incompleta.

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