Às vezes sinto que o nosso próprio espaço privado colide consigo próprio. Explode e destrói e morre devagarinho. Mas enquanto não morrer, as pessoas são privadas. São privadas porque é algo inerente à humanidade, ninguém é público na sua privacidade e continuamos iguais. Diz-se que acabou a escravidão mas está pior do que nunca. A escravidão existe nas coisas fúteis e nas cores das paredes. E nos cortinados e no próprio sol. Ninguém é escravo mas somos todos escravizados. São dentes afiados e são imagens verdes, mas ninguém é escravo. A liberdade também está inerente. Diz-se também que de 8 em 8 segundos morre alguém com tuberculose. Não, com tuberculose em África. É preciso acentuar o medo em toda a gente e apelar à consciência. Porque se não for em África, já não importa lá muito. Por isso é que os médicos sem fronteiras só vão a África. Não podem ir a outros sítios, está escrito no contrato, são escravizados. Assim como os likes no facebook. É vê-los lutar como galos num ringue mexicano, é sangue por todo o lado. São muito territoriais. É ver posts da nossa senhora da assunção e do menino Jesus Cristo, do São José e de Deus barbudo. Somos todos muito católicos mas só o somos ao Domingo. Eu não, aliás. Sou judaico-católico, tenho folga aos sábados e aos domingos. A hipsterização que se vê hoje em dia é sufocante. É vê-los com calças cor de laranja, cheios de... Sufoca que dói, é preciso psicólogos em demasia porque estamos todos fartos. Fartos de ver e rever o que nos acontece diariamente e ainda olhar para o que iremos ver.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
domingo, 15 de dezembro de 2013
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