Ontem e hoje. Porque amanhã não existe. Amanhã é definitivamente incerto. Amanhã é incompleto. Amanhã é imperfeito. Ontem e hoje é perfeito, porque aconteceu. Amanhã é indefinido. Amanhã posso ir a Braga. Hoje sei que por aqui estou. E que hoje é ideal. E que amanhã é irreal. Amanhã não passa de um sonho. Amanhã parece que nunca irá passar de um sonho. E eu não gosto de viver em sonhos. Porque amanhã será hoje e amanhã, irá dar à luz a outro amanhã. Se eu vivesse de amanhãs. Se eu vivesse disso. Estou farto de amanhãs. Eu quero hoje. Quero agora. Quero resolver-me. Quero que o inalcançável seja material. E o material foi feito hoje, para amanhã. Para um amanhã inexistente. Eu sei que sou parvo quando pareço uma criança. Os meus desenhos assim o mostram. Ainda bem que ficou incompleto. Ironia. A ironia é fazer algo e deixá-lo incompleto para o entregar amanhã e, mais tarde, descobrir que o amanhã é incompleto também. Deixa qualquer pessoa a pensar se era possível acabar. E começar. Não passou de um sonho. E agora há outro sonho. Espero que seja o último e que os próximos sejam realidade. Talvez uma anormalidade no mundo possa ser continuada. Talvez possa ser anormal e acontecer. Já se sucederam situações piores. Situações inimagináveis. Foda-se, o Zé Cabra editou um álbum. E vendeu-o. Isso também é uma anormalidade. Outra anormalidade é 2 pessoas completarem-se e chorarem e não terem nada em comum e serem um bocado danificadas e dizerem que gostam uma da outra e sem se verem assim continuam e queimam horas em chamadas telefónicas e adormecem a pensar um no outro e têm medos e… E um deles chora. Mesmo que diga que não. Esse tem razões bem mais que profundas para isso. Esse gostava de lhe dizer mas, mesmo não o conhecendo, tenho a certeza que tem as suas razões. As suas razões para entrar num estado que prende a garganta e aleija o maxilar inferior e o leva a falar de forma esquisita. A outra personagem acaba por ir cozinhar, mal ela sabe que chocolates bastavam para se alimentar. Tentou dizer-lhe isso mesmo “Come chocolates, pequena.” mas com que propósito? Eles sabem que um dia tem que acontecer. E que se acontecer, Não. Ninguém quer pensar tão distante. Porque o que estava perto acabou por não o estar, ninguém lhe garante que daqui a uma semana perto irá voltar a estar. Não se consegue adivinhar o mundo material de amanhã. Apenas o espiritual. Espero que o espiritual dure bem mais tempo porque é um mundo seguro, é um mundo sem paredes e que protege. Se calhar o espiritual não está destinado a juntar-se ao material. Não aceito isso e sei que devia. Sei que não se pode contrariar algo impossível de acontecer, se assim for determinado. Mas… “The Adjustment Bureau”. Um muito bom filme para ambos.
Uma prenda incompleta.
Right here, rigt now :)
ResponderEliminarTambém estou farta de amanhãs. Hoje parece-me o dia certo.
ResponderEliminarinfelizmente eu sei disso, custa é um bocado ...
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