terça-feira, 9 de abril de 2013

Sem óculos (a epifania das flores).

As flores são belas. Não há ninguém que me faça pensar o contrário. Até flores murchas são belas. As rosas, os cravos, as margaridas, os malmequeres, as tulipas e outras tantas cujo nome não me recordo. Nascem no alcatrão, nas florestas, nos jardins, nas quintas, na madeira e em outros tantos sítios. A sua vida é bastante simples, é água e sol. É nascer, crescer, morrer. Às vezes nascem sozinhas, às vezes nascem juntas a milhares de outras. Umas são amadas, outras são pisadas. Outras recolhidas e analisadas. Há pessoas que são flores. Há carneiros que são flores. Há mundos que são flores e há flores que são mundos. Há computadores que são flores. Existem flores estreitas e compridas. Existem flores caídas no chão. Uma flor não é só um objeto ornamental, é uma vida de solidão e inércia. É a falta de ação e de compreensão que as define como  seres naturais. Elas nascem e crescem sem opinar sobre o assunto e nem decidem de que lado da cama irão dormir. Quando morrem, quem me diz que não são finalmente livres? Somos todos flores.



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