quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

fuck'em all.


Vou deixar de sair de casa. Irei passar a viver em prisão domiciliária só com o computador. Somos exemplares e irrepreensíveis. Todas as pessoas que eu conheço são perfeitas. Adalia Rose. A quantidade de fotos que eu vejo dela irrita-me. Todos dizem que ela é linda e esbelta, só que não. Não. Só porque tem uma deficiência grave, decidiram unir-se em sindicato e dizer que ela é linda. Nem quero comentar, qualquer pessoa com dedo e meio de testa tem a mesma opinião que eu. Ela pode perfeitamente ser um exemplo para todos nós, pode até mesmo inspirar alguém a ver a vida de outra perspetiva, mas linda? Não, ou então andaram todos a comer cogumelos alucinogénios. Todos marados, todos santos, todos eles. Com algum parâmetro de beleza atrofiado, decidem ter pena das pessoas com deficiências. Até agora, ninguém parou para pensar que se calhar elas não querem ser chamadas de lindas, mas sim normais. Acho que ninguém gosta de estar num patamar tão elevado, muito menos pessoas que passam a vida inteira a ser diferenciados dos outros. E vêm mais uns (umas) cibernautas diferenciá-las mais um pouco. Fodam-se finalmente, não são melhores que ninguém. Quando estas viciadas em internet tentam ser elas próprias, assemelham-se a portas, sem beleza nenhuma. Podem tentar parecer interessantes, mas os tópicos em qualquer conversa são sempre futilidades. Ou é porque as unhas estão feias, ou é porque o cabelo não secou de manhã, ou é porque já não são “preenchidas” (sim, isso.) há algum tempo (uma semana). Não é que não tenha culpa, porque posso já ter “preenchido” essas raparigas, mas eu não sou tão necessitado. Agora elas! São Ferrari’s e Lamborghini’s, sempre com necessidade de combustível e o gasóleo está caro. Se elas soubessem que qualquer homem só se apaixona quando olha para o motor…

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

selo #1.




Regras:
  • Mencionar o blogger que te passou o selo - Jessica Mendes
  • Dizer a idade do teu blog - Faz hoje 3 meses certos.
  • Oferecer a 6 pessoas com menos de 200 seguidores e avisar os blogs em questão:
Afinal são 7.

domingo, 27 de janeiro de 2013

questionário.


1.Quantos anos terias se não soubesses quantos anos tens?
Para aí 19. Fazia todo o sentido.

2. O que é pior, fracassar ou nunca tentar?
Nunca tentar. Se bem que fracassar pode acabar por ser pior.

3. Se a vida é tão curta, porque é que fazemos tanta coisa que não gostamos e gostamos de tantas coisas que não fazemos?
Não fazemos essas coisas por gosto, mas sim por necessidade. Apesar de não gostar de sopa, como, porque faz bem.

4. Depois de tudo dito e feito, terás dito ou feito mais?
Dito mais. As ações são mais complexas que as palavras.

5. Cita uma única coisa que gostarias de mudar no mundo.
Hipocrisia.

6. Se a felicidade fosse a moeda do país, que tipo de trabalho te faria rico?
Visionador de filmes profissional. Era o homem mais rico do mundo!

7. Estás a fazer aquilo em que acreditas ou acomodaste-te com o que fazes?
Sou muito novo para fazer aquilo em que acredito.

8. Se a expectativa de vida fosse de 40 anos, em que é que isso mudaria a tua vida?
Não.

9. Até que ponto controlaste o caminho que tua vida tomou até aqui?
Quase por completo. Apesar dos conselhos das pessoas, eu acabo por tomar as minhas próprias decisões.

10. Preocupas-te em fazer certo as coisas ou fazer as coisas certas?
Fazer as coisas certas.

11. Estás a almoçar com três pessoas que respeitas e admiras. Todas elas começam a criticar um amigo íntimo teu, não sabendo que é seu amigo. A crítica é injusta e de mau gosto. O que fazes?
Criticava-os a eles e insultava-os.

12. Se pudesses dar um único conselho a um recém-nascido, qual seria?
Ninguém te irá bater se apalpares as mamas de outras mães, continua.

13. Passarias por cima de uma lei para salvar uma pessoa amada?
Depende da lei.

14. Já viste loucura onde depois viste criatividade?
Não, costumo ver criatividade ao mesmo tempo que vejo loucura.

15. Há algo que sabes que fazes diferente das outras pessoas? O que é?
Comer Kit-Kat. Como Kit-Kat’s cheio de estilo.

16. Porque é que o que te faz feliz não faz todos felizes necessariamente?
Porque não somos todos iguais e a felicidade não é um valor universal.

17. Cita uma coisa que ainda não fizeste mas que queres MUITO fazer. O que te impede?
Visitar Londres e londrinas (o sotaque!). Não ter mais de 18 anos, não ter meios, etc, etc.

18. Estás a prender-te a algo que não deverias?
Sim. Não necessariamente a pessoas.

19. Se tivesses que mudar de país, para onde irias e porquê?
Califórnia ou Nova Iorque. Califórnia por causa da cultura cinematográfica, Nova Iorque por causa dos arranha-céus.

20. Apertas o botão do elevador mais do que uma vez? Tens certeza de que isso acelera o elevador?
Quando estou mal-disposto. Não.

21. Preferiria ser um génio preocupado ou um Zé-ninguém feliz?
Um génio preocupado.

22. Por que é que és quem és?
Genética e vivências.

23. Tens sido o tipo de amigo que gostavas de ter como amigo?
Às vezes. Outras vezes, nem por isso.

24. O que é pior, quando um bom amigo vai para longe ou perder o contacto com um amigo que mora bem próximo de ti?
Perder contacto.

25. Cita algo pelo qual estás mais grato.
Acordar sem muitas preocupações.

26. Preferirias perder as tuas velhas recordações ou nunca poder construir memórias novas?
Perder as minhas velhas recordações.

27. É possível saber a verdade sem antes a questionar?
Sim.

28. O teu maior medo já se concretizou?
Não se pode concretizar, só quando for mais velho.

29. Lembraste de algo que te deixou extremamente aborrecido há 5 anos? Hoje, aquele episódio importa?
Sim. Sim, marcou-me um bocado.

30. Qual é tua memória da infância mais querida? O que a faz tão especial?
Ir à Serra da Estrela com os meus pais e irmão. Meter-me num trenó, capotar no trenó, o meu pai e o meu irmão morrerem de preocupação, começam a correr pela montanha abaixo, o meu pai escorrega e cai. Quando o meu irmão chega à minha beira, tira o trenó de cima de mim e eu estava a partir-me a rir.

31. Quando no teu passado recente te sentiste mais vivo e intenso?
Há 1 mês e meio atrás.

32. Se não agora, quando?
Quando as circunstâncias forem agradáveis.

33. Se ainda não alcançaste o que queres, o que tens a perder?
Nada. Mas eu não quero alcançar o que quero.

34. Já estiveste com alguém, não disseste nada, e saíste com a sensação de que tiveste a melhor conversa da tua vida?
Que exagero, não. Mas não é preciso estar a falar para se estar bem e perceber o que outra pessoa está a sentir.

35. Porque é que religiões que pregam o amor causam tantas guerras?
A religião não causa guerras, a interpretação dela é que causa. As pessoas não acham que vale a pena pensarem por elas próprias, e desta forma um grupo de pessoas aproveita-se de muita gente ao acenar um livro preto.

36. É possível saber, sem sombra de dúvida, o que é bom e o que é mau?
Não. Tudo em demasia é mau, assim como em minoria também o é.
37. Se ganhasses 1 milhão de euros, largarias o teu emprego?
Não. Mas ia a correr comprar o Assassin’s Creed 3! E se calhar aí, largava o meu emprego.
38. Preferirias ter menos trabalho ou mais trabalho em algo que realmente gostes?
Mais trabalho.

39. Sentes que viveste este mesmo dia 100 vezes?
Não. Mas de manhã assim, que dor de cabeça. 

40. Quando foi a última vez que entraste na escuridão com apenas uma vaga luz de ideia de algo em que acreditavas?
Muitas vezes e, sinceramente, não me incomoda.

41. Se todos os teus conhecidos morressem amanhã, quem visitarias hoje?
Ninguém. Mas escrevia uma grande dissertação.

42. Concordarias reduzir a tua vida em 10 anos para ser super atraente ou famosa?
Não.

43. Qual é a diferença entre estar viva e viver plenamente?
Quem está vivo, caminha. Quem vive, sente o chão.

44. Quando vai ser o tempo de parar de calcular os riscos e apenas seguir adiante e fazer o que é certo?
Para sempre? Nunca.

45. Se aprendemos com nossos erros, porque é que temos tanto medo de errar?
Porque ninguém gosta de errar. De falhar.

46. O que farias diferente se soubesses que ninguém te julgaria?
Não fazia nada diferente.

47. Quando foi a última vez em que reparaste no som da tua respiração?
Não reparo. Acho que nunca.

48. O que amas? As tuas ações recentes refletem esse amor?
Sim. Mas a definição de amor varia de pessoa para pessoa.

49. Daqui a 5 anos, vai lembrar-te do que fizeste ontem? E ante-ontem? E no dia anterior?
ONTEM, SIM! Anteontem não, nem quarta.

50. As decisões são feitas agora. A pergunta é: estás a decidir só por ti ou a deixar que outros decidam por ti?
Estou a decidir por mim. Talvez para agradar outras pessoas. Mas sou eu.

sábado, 26 de janeiro de 2013

autopsicografia.

O que é a dor? É um espaço privado, reservado, um restaurante demasiado chique com lotação para um cliente e o chefe é indiano. Até a comer pão, a boca arde intensamente, tal é a exuberância dos condimentos utilizados. E aqueles que gostam de trazer pessoas a esse restaurante, não apreciam verdadeiramente os sabores. Fingem que gostam e dizem que gostam, mas será que chegam a gostar? A pimenta tem o seu lugar no mundo e irá sempre existir. Mas todos se queixam quando existe demasiada, todos bebem muito para afagar a garganta. A pimenta só tem uma forma de ser apreciada. Sozinha, quando ela arde intensamente, sem qualquer bife, robalo, pescada, bacalhau, camarão. Apenas a pimenta que aterroriza, incinera, abrasa, queima, acaba. E o que é que eles pensam do resto das iguarias? Foda-se!, nem possuem opinião porque nunca pensaram além do óbvio! Comem imitando hipopótamos, tais bestas obesas. Ninguém os obriga a meditar e eles pensam que se não existe obrigação, não existe necessidade. Aí eles se desvendam, os loucos animais! Também ninguém os obriga a comer, mas eles devoram, reféns da sua própria natureza. Comem tanto que acabam por se comer a eles próprios, causando um paradoxo infinito, levando à estupidez que representam. Assemelham-se às pessoas que dizem a toda a gente que podem perfeitamente emagrecer quando quiserem, mas que não emagrecem porque não querem. O que quer que seja que façam, fazem-no deitado, a dormir. Resumindo, são uns sonhadores. São aquelas raparigas que querem um príncipe encantado, quando sabem perfeitamente que não merecem nem metade, e que eles nem sequer existem. Se não existem, para quê sonhar? É algo que não irá ser controlado por elas de nenhuma forma. E elas continuam a sonhar, sonham por alto no facebook, os sedentos gostam dos estados, se tiverem com fome, colocam fotos de biquíni, pregam aos sete mares que não são putas nem oferecidas, dizem que estão apaixonadas por um gajo, que não querem conhecer ninguém, quando na verdade querem é alguém, não se calam com amor verdadeiro, atualizam as fotos de 5 em 5 horas para angariarem mais uns gostos, acabam por criar um ask, pedem anónimos, os anónimos fazem perguntas e elas, como os políticos, respondem o que as pessoas gostam de ouvir. Qual é a tua opinião sobre a primeira vez de uma pessoa? Deve ser especial, com quem amas, com calma, com amor, com a pessoa certa… Cala-te, sua vadia, tu és a mesma pessoa que enviou fotos nua e ninguém sequer pediu. São putas em pele de raparigas. Porquê? Porque todas as moedas têm 2 lados. É a bipolaridade dos valores. Eu sei que todas elas têm alguma função, todas diferentes, mas só porque eu não a veja, não significa que não exista. Só porque eu as acho cabras, não significa que os pais as achem também, os namorados, a família, os amigos. E qual é o mal em ter amigas vadias? Não vou seguir o curso de juíz, nem sequer planeio, mas sei que certas situações não estão relacionadas. Sim, são putas, mas isso inferioriza a amizade? Não merecem ser felizes? Se as deixa de sorriso de orelha a orelha, não há ninguém que as convença do contrário. Eu sou um tolo por não ser cego. Oh, quem me dera ser cego!

sábado, 19 de janeiro de 2013

creepers.

Gostava de saber como lidar com a morte. Pode parecer bastante enigmático, mas cada um a resolve de forma diferente. Conheço pessoas que choram até não existirem mais lágrimas, outras ficam amarguradas durante demasiado tempo, e outras ainda perdem motivação para viver. Quando o meu avô morreu, já há 2 verões atrás, senti-me… vazio. Não porque sentia saudades dele, pelo contrário. Eu não sentia nada, o que se tornou inadequado. Só chorei uma vez e foi quando lhe vi os pés na capela e ainda hoje não sei porque chorei. O luto de cada um é diferente, mas eu não suporto o luto dos outros. Mais tarde, quando ele já estava enterrado, os homens decidiram ir ao café e eu acabei por ir obrigado. Tenho que lhes agradecer profundamente, porque foi graças a isso que descobri o que estava a sentir. Estavam todos a beber cerveja até que alguém se lembra de dizer “Não era assim que o Sr. Acácio queria que ficássemos, vamos é beber uma cerveja por ele!” e já se riam de vez em quando, a contar histórias dele. O homem tinha acabado de morrer, por amor de Deus. Gentalha hipócrita, daqueles que primeiro choram muito e depois já se riem. Eu amava o meu avô e não estava de acordo com aquilo. E esta é a história da virilidade. Agora, as outras, essas eu não suportava. A chorar por todos os cantos, a agarrarem-se a tudo o que mexia e o que não mexia. Sentimentos tão fortes não podem ser demonstrados assim. É uma forma de revolta interior e emocional que acharam que acabaria por expulsar a dor. Ignoram os factos. O facto é que o meu avô estava já, há algum tempo, a demonstrar sinais de velhice. Assim como a minha avó está agora. Eu sabia disso, mas toda a gente preferiu ignorar. E ainda bem que me ignoraram também a mim, porque eu estava a lidar com os meus problemas. De quatro avós, sobrava agora uma. Afastei-me de toda a gente que conhecia porque não sabia o que lhes dizer e porque estava, essencialmente, irritado. Perguntas lerdas, sem sentido, que toda a gente pensa que vale a pena. “Está tudo bem?”. Nem comento. Um mês depois, acabei por demonstrar a confusão que havia na minha mente. Lá para Abril, tinham decido alugar uma casa no Algarve e contaram os quartos como se o meu avô fosse, porque na altura ninguém adivinhava, foi uma morte repentina. Em Agosto, decidiram ir todos, e o meu avô já não estava vivo. Isso irritou-me, era um desrespeito total. Como bom filho, sobrinho e neto, decidi não me opor.
Uns dias depois, de tarde, estava a ver uma série no computador (Veronica Mars) no meu quarto. Até que o meu pai chega e impõe “Queremos ver um filme no teu computador, trá-lo à sala.”. Como não gosto de mostrar o que sinto a ninguém, fui à sala, deixei lá o computador e vim-me embora. Cheguei ao quarto e tive um ataque psicótico. Comecei com alguns saltos e alguns socos na parede. O meu pai e o meu irmão chegaram ao quarto e o primeiro decidiu berrar comigo até não poder mais até que acabou por dizer “Estou a ver que estás com vontade de me bater!”. Nesse momento o meu irmão pôs-se à minha frente porque percebeu que eu ia fazer alguma coisa verdadeiramente estúpida.
O resto da história é desnecessária, é a lamechice que não importa a ninguém. Falta-me saber como vou reagir à morte da minha avó pois, mais uma vez, toda a gente ignora os factos por amor. Ela já confunde algumas pessoas e chama-me pelo nome do meu irmão ou dos meus primos. Fica sabendo que te amo então, porque nunca o irei dizer. Mas amo.
Creepers acabou de ganhar um novo sentido.


Yeah, I see you waitin' over there
See you jockin' over there
See you lookin' at my girl over here
Why you worried 'bout this girl over here?
Keep your eyes over there, it is creepy when you stare
Turn my head and hey
I see you waitin' over there
I see you jockin' over there
Thinkin' bout your own life
Why you talkin' 'bout the young, you dig?
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, get it right
And they think they know and they think they know
They deal it for real
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, get it right
And they think they know, and they think they know
They deal it for real
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, yo

I don't love who I am so I'm workin' on a fix
I don't need a bitch trying to take my mind off my grip
If I had one wish it'd be to have more wishes, duh
Fuck tryna make it rhyme, throw them stones, with your bitch ass
Cutting me deep and even though I bleed I stand alone
Alone I'll be, heart of a lion still shining on your sucka ass
Work it, work it, work it, for inner peace
Fightin' for the freedom of my soul, I can hear the speech
Yeah I mumble while I'm trippin' on so many pills
Hah, they figured that they know a nigga

Yeah, I see you waitin' over there
See you jockin' over there
See you lookin' at my girl over here
Why you worried 'bout this girl over here?
Keep your eyes over there, it is creepy when you stare
Turn my head and hey
I see you waitin' over there
I see you jockin' over there
Thinkin' bout your own life
Why you talkin' 'bout the young, you dig?
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, get it right
And they think they know and they think they know
They deal it for real
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, get it right
And they think they know, and they think they know
They deal it for real
I'm just doin' my thang, if you know what I mean, yo

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

yonkers.

Adoro ver o mundo em quadrados. Eles completam as visões já muito preenchidas, dão uma nova construção a ideias vazias. Oh, se eu visse tudo quadriculado. Tudo circulava até se tornarem losangos perfeitos e se dividissem em triângulos. Não havia curvas de forma nenhuma. As bolas seriam paralelepípedos e também as pessoas. Não, a maioria das figuras acabaria por sair quadrada. E já têm muita sorte em não serem unidimensionais, presos numa reta sem fim e sem início. Porque é isso que elas são. Não passam de uma reles imitação de um quadro leve. Um quadro que eles bem acham estar acabado mas que, na verdade, apenas tem breves pinceladas da mesma cor. É um problema geral que me consome. Toda a gente pinta de azul o céu. Quando, na realidade, o céu não é. Ele é vazio, incolor, enevoado (e mesmo as nuvens não são brancas ou nuvens). Ninguém sabe como ele é, pois nunca ninguém se atreveu a olhar diretamente para cima (não abrangendo a noite, que não vai além também da falta de cor). Se, por falta de eletricidade, se desligarem as luzes, toda a gente se apercebe do mesmo que eu. Não há azul, há preto. Será, então, que é tudo preto, cinzento e branco? Variações do mesmo composto que acabam por resultar na dominância incompleta de quadros outra vez mal pintados. Como se um quadro branco não fosse um quadro, ignorantes artísticos prestes a rebelar-se contra uma qualquer fação de opiniões divergentes. E eles divergem, oh, se divergem! Que extravagância essa, querer pintar tudo com cores que nem cores fingem ser. Outro infortúnio detetado. Começam os procedimentos para que se erradique esta enfermidade minha, doença por sinal bastante vívida. E agora, serei eu azul como os demais? Não, permaneço um dálmata com o pelo eriçado. Por mais que pintem o meu corpo, a minha alma será sempre uma explosão de preto e branco, misturados então, criando o cinzento.

domingo, 13 de janeiro de 2013

porto vs benfica

Já estou no modo futebolístico.
Passei por cá para dizer que não quero saber se o jogo é limpo, ou se o árbitro vai roubar. Só quero que o Porto ganhe e pouco me importa o resto (desde que não morra ninguém). Esperemos todos que o Danilo não jogue e que o Varela se lembre que até nem é mau jogador.
PORTO!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

mc4.

Acho que já começo a esquecer a tua voz e os teus olhos lindos. O teu cabelo… E eu fico vazio sem te ver. Estamos desencontrados, desaparecidos, desolados. Acaba por terminar no facto de nem saber como te sentes. Não sei se te magoei, se te importas, se tens saudades. Oh meu Deus. De uma forma imprevisível, arruinaste a minha capacidade de diálogo feminino. Até isto me obrigas a não ter. Esse diálogo é importante e ajudaria bastante neste momento. Eu sei que a maioria das pessoas discorda, mas nós sabemos que ajuda. Isso e o álcool moderado. E o meu único pensamento agora é: Será que também tu precisas de ajuda? Por favor, volta.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

hardknock. (da anorexia)

Toda a gente idolatra falsos Deuses. Sejam antigos, egípcios, hindus, gregos, romanos, eles existem. Andam por aí a distribuírem falsos ideais. É o que acontece com a anorexia. Alguns sofrem sem o quererem, outros são simplesmente deficientes. Em alguns casos, é fácil compreender, é normal querer ajudar. Os outros (e não são poucos) fazem parte de uma deficiência ainda não descoberta. É gozar com quem sofre sem opção e com quem não come por outros motivos. É gozar com os próprios pais e com a população em geral. No meio de todo este gozo, os espelhos acabam por os gozar a eles e a minha opinião ganha argumentos. É, claramente, uma doença mental, pois quem é que acha, no seu perfeito juízo, que pesar 30 kg é bonito? Os esqueletos não são bonitos, são esqueletos. São esqueletos. E entre toda esta alucinação, é possível retirar uma conclusão. A culpa acaba por nem ser deles, a culpa é minha e de toda a gente. Obviamente minha, porque pouco me importam estes casos, aqueles que podem escolher. A vida é difícil para toda a gente, sem exceções. Quantas pessoas passam por mim e foram talvez violadas, talvez abusadas, talvez mal-tratadas. Talvez tenham dormido num sofá, talvez nem casa tenham tido. Quantas já não passaram por demasiado? E muitas delas refugiam-se nelas próprias. E é por tudo isto que não tenho pena de anoréxicos por opção. (A vida não é perfeita, mas ninguém era feliz se, por acaso, a perfeição existisse. Sem tristeza, não há felicidade. Sem feio, não há bonito. E isto não passa de um ciclo fechado.) Tenho pena de mim, ligado ao cego que percorre o mesmo caminho todos os dias, sorridente. Enquanto eu choro por uma rapariga, ele sorri e nunca viu (uma). Nunca observou o detalhe de cada pixel fragmentado. Estes pormenores acabam por ser importantes, termos vergonha de nós próprios. Então, alguns anoréxicos deixam de ser relevante. Quando de um reforço de ego se trata, a vergonha desvanece-se. Quando o senhor Del Bosque foi levantar o prémio da FIFA, devia envergonhar-se e continuar sentado. Quando o senhor Cavaco decide dizer na televisão que ganhar 9000 euros por mês é pouco, devia envergonhar-se e emigrar. Quando o senhor Papa se levanta do seu berço, devia envergonhar-se. Quando o senhor Cabrão decide afirmar que os portugueses não deviam ficar doentes, devia envergonhar-se. Tanta vergonha que fica por se mostrar.

Decidi escrever isto por causa do que a Anouk Férrer escreveu aqui.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

mc3.

Quando pensava que já não existia nada, é no momento imediatamente a seguir que me recordo que existia demasiado. Já não são os devaneios de uma mente louca e amorosa, mas sim a saudade de uma amizade. Se tivesse obrigatoriamente que me descrever, saudoso. Saudades de algo firme e confiável, que era o que tu representavas. E agora que olho para ti, faço o máximo de esforço para não odiar o que aparentas, porque tu afiguras uma simples rapariga que passeia para cá e para lá. Como um êmbolo, cuja única função é ser puxado. Pareces acordar novas facetas do meu ser, uma muito em particular. Esta, bastante peculiar, quer beijar-te durante poucos segundos e mandar-te “auto-fecundar” de seguida, indo embora com o máximo de calma possível. Embora seja bastante engraçado e admirável, não passo de um falhado. Também quero, acima de tudo, dar-te um beijinho no nariz e dizer que tenho saudades tuas. Obviamente, não executo nenhuma destas ações, faço ainda pior. Passo por ti e desenho uma cara vincada de indiferença e sorrio para a tua amiga. Dá-me mais satisfação, que queres que te diga? E se estiveres por perto, juro que irei apreciar a beleza feminina em demasia e comentar os seus respetivos atributos. Tudo isto porque tendo a ser fantástico. Já me conformei com novos ideais e máximas, não quero recordar-me de outros tempos. Talvez mais tarde, quando for mais crescido e maturo. Tenho cometido alguns pecados, eu sei. O tipo de pecados que Deus não é lá muito fã. Mas o que é que ele sabe? Que eu me recorde, só colocou um homem e uma mulher na Terra com os mesmos objetivos…