sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

luper.

Existem memórias que nunca contei ninguém. E preocupações, sentimentos, por aí. Eu percebo perfeitamente o porquê de as pessoas “julgarem”, nem as censuro. Mas eu não sou rico. A minha vida não foi fácil (também não foi difícil) até agora. Muito do que tenho não me caiu no colo. Sim, os meus pais têm um BMW. Porque trabalham das oito da manhã às oito da noite e não é a olhar para o teto à espera que o dinheiro caia. A minha mãe trabalhava numa fábrica no Porto quando eu tinha 2/3 anos e ganhava o ordenado mínimo. O meu pai tem oito irmãos e raramente havia dinheiro quando ele vivia com os pais dele. Eu fiz voluntariado desde os meus 10 anos até quase aos 16. Eu ia para peditórios do Coração da Cidade para pedir comida para os sem-abrigo. Depois da escola e depois de estudar, eu ia fazer tabuleiros de comida para servir na instituição, e gostava de ajudar. Portanto sim, eu sei perfeitamente o que é pobreza e dificuldades. Já vi mães com 3 e 4 filhos entrarem lá dentro só para tomarem banho e pedirem um iogurte para os filhos. Também já vi drogados irem lá enquanto estavam no desmame e não é bonito. E se já não ajudo lá agora, é porque a minha mãe deixou de lá ir por razões que pouco interessam. Se vivo numa moradia, é porque alguém trabalhou para isso, e não foi pouco. Foda-se, o meu irmão chegou a dormir no sofá do escritório porque a minha mãe não parava para trabalhar para que pudesse dar-nos (mais a ele, porque eu era muito novo ainda) uma vida melhor, uma vida que ela não teve. E o dinheiro não é tudo. Eu e os meus pais temos opiniões muito diferentes em relação a quase tudo e discutimos imenso. Não que os ame menos por causa disso, é precisamente o contrário. Sempre que quero sair à noite e às vezes de tarde, tenho que quase fazer um requerimento à Câmara Municipal. Nunca estive fora de casa depois da uma da manhã e tenho quase 18 anos. Anteontem fui para a cama eram 22 e 40 e o meu pai fodeu-me a cabeça no dia seguinte. Hoje estive no café e toda a gente fuma lá dentro e ele fodeu-me a cabeça porque cheirava a tabaco. Nunca na minha vida festejei o São João (e vivo no Porto, sou uma vergonha) ou o Carnaval. Raramente peço dinheiro aos meus pais. A minha mãe é representante dos pais na minha turma (algo que fui contra, uma vez mais) e está sempre a reclamar. Eu sei que as pessoas notam e, mais uma vez, não censuro o que quer que seja que pensam. Já passei por situações que nem sequer admito a mim próprio, com medo que descubra algo bastante estranho sobre mim. Também estou sempre a discutir com muita gente da minha família. Aliás, do lado meu pai, nem sequer falo com ninguém sem ser as minhas 2 tias. O meu padrinho lembra-se que eu existo uma vez por ano (16 de Novembro, por alguma razão encornou que eu faço anos nesse dia) e eu digo-lhe obrigado, ele diz que devíamos almoçar um dia, eu digo que sim, e só falamos um ano depois. Odeio o resto dos anormais (ele incluído). Tenho boas notas nos testes e nem seque gosto de falar sobre isso, porque já sei o que as pessoas me dizem. E eu não gosto disso. Só quero que me vejam como um gajo normal.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

#1.

(Turn me up Ali,
Black Lip Bastard, pass me your password,
So I can hack inside your brain,
See I too have gone insane,
Before I fall I’m sure to curse you all in Jesus’ name)

Espero que saibas o quanto te odeio. Se pudesse, crucificava-te. Velhos caquéticos bêbedos com vinho de 50 cêntimos não deviam de existir. Pelo menos eu embriago-me com bebidas espirituosas e não é no café mais perto do meu local de trabalho, ainda não cheguei ao ponto do bagaço e vinho tinto. Mas, isto sou só eu a filosofar. Sou eu que tenho “linguagem de carroceiro” e utilizo “linguagem de polivalente”. Desprezo a tua imagem e a tua boina como um piloto de avião, senhor comandante de aviões marítimos. Deixai o Sol nascer, irmãos! Não o deixais nascer até à roseira porque já é meio-dia. “Que horas são?”? Mas que exemplo é este, parece que estou a brincar à apanhada com o teu raciocínio. A brincar às escondidas estavas tu, quando Deus estava a distribuir inteligência. Eu vou morrer sem ir ao Nilo, eu vou morrer sem ir ao túmulo do Isaac Newton. Achas-te bom conhecedor da cultura cinematográfica mas dessa também eu vejo desde os 10 anos de idade. Depois aborrecido te tornas quando eu não pratico a Filosofia, mas sim a Anatomia. Em plena aula, que escândalo! Prefiro até ver um hamster a correr numa roda do que ouvir uma simples palavra tua. As tuas bochechas bolacha maria à lá Mário Soares incomodam-me. A tua existência incomoda-me. E eu que não escrevo bem? Parece-me que alguém não anda só a beber. E se eu volto a ouvir que Filosofia é a base da minha vida, tornar-me ei numa nova personagem, Dr. Jekyll and Mr.Hyde. Mr. Hyde? Vomito de aversão a este misantropo que não eu. Sorumbático! Mesas voam, cadeiras na tua testa, teto a quebrar. E eu rio-me, divirto-me, aceno e digo (O senhor professor foi extremamente incorreto. Se eu fosse fluente na prática do sexo oral e tivesse os meus seios mamários desenvolvidos, o senhor professor gostaria de mim? Senhor professor, eu sei que escrever não sei, mas poderia subir-me a nota?, porque de filosofar percebo eu, que sou um entendido nesta arte. Senhor professooooooooor…) Adeus. Dr. Jekyll? O teu amigo preto da Guiné e o teu amigo esquimó não me poderiam incomodar mais. Eu bem sei o que tenho, se sinto, tenho. Mas, senhor comandante, ensinaste-me tanto. Prometo que na minha próxima visita ao Mc Donald’s irei ser coerente e coeso no meu discurso para com o indivíduo que aceitar o meu pedido:
- Boa tarde caro colega, me desculpe o solilóquio, mas eu gostaria de experimentar o bife dentro do pão circular. Contudo, se não for muito incómodo para sua excelência, retire as rodelas de pepino pois é algo que o meu palato não aceita. Em termos de aceitação, estando nós a focar esse assunto, o estabelecimento alberga as condições necessárias para que eu efetue o pagamento através do meu cartão de débito? Desde já, o meu sincero obrigado e me desculpe a massada.

(Is this what you really want?
Let me get it back Ali)


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"No Estado, o absurdo não paga imposto?"

"Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar «fiscalizar-me» à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) com o simpático objectivo de ver se eu pedi factura das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência. Ele, pobre funcionário, não tem culpa nenhuma; mas se a Autoridade Tributária e Aduaneira quiser cruzar informações sobre a vida dos cidadãos, primeiro que verifique se a C. N. de Proteção de Dados já deu o aval, depois que pague pela informação a quem quiser dá-la." - Francisco José Viegas, no blog A Origem Das Espécies



QUE HOMEM.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

mc5.

Ontem descobri que só me lembro de ti quando há tempestades. Contudo, não me lembro de mais ninguém… (Porquê?) Porque te vejo como um sítio seguro, como. Hospital. Desapareço durante um mês e será um mês normal. Oh, e se desaparecêssemos os dois. Recorro a ti visto que me canso do resto dos programas que passam na televisão, recorro a ti porque és a minha RTP1 no Domingo à noite. (E agora?) Comprei um leitor de dvd’s. Mas tu bem sabes que os cabos tendem a falhar neste tipo de temporal e o meu leitor avariou. E eu, frio, esmagado, cansado, sangrando, preferi não ligar a televisão. Tudo muda com o tempo. Posso ter encontrado outros canais, talvez melhores e com mais variedade, mas trazes-me a nostalgia de volta. (!) |Mas a repetição intervém analogicamente no aparelho. Cansaço após situações tumultuosas inapropriadas lamenta horror orquestrado.| (!) Quando a chuva cai que nem pedras, quando o vento não para de rugir, quando o telhado ruir, eu… (Tu?) Não faço parte. És como uma doença. (Como uma doença dizes tu, como algo infecioso? Fica sabendo que se te dividir em 3 partes, uma será sempre minha, a outra donos tem, e apenas um terço poderás mostrar ao mundo.) … Se mostrar um terço, apregoarei uma nova religião. Oh, como eu te (Sinto a tua falta.) E eu a tua, até ao próximo mês.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

upper room.

Cinco miúdos. Dois deles conversam, os outros dois discutem e o outro... onde... está... ele? Rodeado de limites que limitam a própria limitação da mente, limito-me a ter apenas dois dentes e dois fígados, trocado um deles por um cérebro louco cuja função é calcular... limites. Se esse sou eu ou um holograma, nunca o saberá ninguém, nem mesmo eu próprio. Não que questione a minha própria existência ou felicidade, porque, sejamos realistas, eu estou aqui e eu tenho a possibilidade de me realizar, mas a realização é um sonho antigo. Houve quem me chamasse poeta. E tenho de confessar que é verdade num certo domínio, tendo já escrito "Ode às putas", "Ode às putas II" e uns quantos intitulados de "Sem Título". Umas quantas adaptações de músicas horrendas (tome-se por exemplo "Anda comigo ver os aviões" em que o sujeito acaba por falar de tudo menos de aviões) e quero, sinceramente, aprender a tocar piano ou baixo. Baixo gostava eu de ser, não muito, talvez perder uns centímetros. Levanto-me quando chove, quando não chove me levanto, quando está solarengo me levanto também. Não será importante então a condição meteorológica diária para a minha atitude diurna. Importante realmente é como dizer algo sem o interlocutor compreender. Ou escrever apenas para os mais atentos, mesmo que ignorantes saibam ler. É como criar blogs e lá escreverem como se fosse o boletim meteorológico da Nicarágua, é como calçarem crocs e sabrinas (só o mero pensamento horripila qualquer pedaço das entranhas do meu ser), é como vestirem Supreme e só isso, como se marca não existisse há já algum tempo, é como escrever "prontos". Prontas estão as pessoas e as comidas, as obras públicas. Menos a minha escola. A minha escola não está pronta. Era isto que tinha a dizer, prontos.

~

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

conversas metafísicas.

Eu: Toda a gente te desilude.
Ela: Toda, toda não, mas maior parte.
Eu: Sabes que o mundo está cheio de pessoas.
Ela: Sim, todas diferentes, mas no fundo, todas iguais.
Eu: Se somos todos iguais, então estamos todos muito desiludidos uns com os outros e tristes. Já pensaste nisso?
Ela: Já, mas se alguns estão desiludidos é por culpa de algo que eles fizeram.
Eu: Ainda bem que a culpa é sempre dos outros.
Ela: A culpa não é sempre dos outros e eu não me estou a referir desta vez, não te preocupes...
Eu: Eu não culpo ninguém e sou bastante feliz.
Ela: Será que és feliz? Ou fazes como o resto das pessoas que finge ser feliz?
Eu: Tenho momentos felizes. Tenho momentos tristes. Não é razão para pregar a alguém o que seja que for que eu sinto.
Ela: E como é que se pode fazer para não pregar o que sentimos aos outros?
Eu: Aceitas. Aceitas o que quer que seja que acontece e não culpas ninguém. Culpas as circunstâncias do momento e os momentos que levaram a esse momento.
Ela: E então o que posso fazer para não ter que passar por esses momentos de que a culpa é deles?
Eu: Passas sempre. Admites a ti própria o que estás a sentir, e não tentas compreender.
Ela: Mas e se eu não tiver a certeza do que sinto? E se o que eu sentir magoar os outros?
Eu: O que tu sentes, magoa sempre alguém. Ao fazeres alguém feliz, de certeza que deixas outra pessoa miserável. Admite o que quer que seja.
Ela: E se apostar numa e correr mal e arrepender-me de tudo e querer voltar atrás e não puder? Para isso vou ter que ter a certeza antes de fazer algo..
Eu: Nunca tens certezas, e se não resultar, refugias-te noutro sítio. Não há meia felicidade.

"Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates."


sábado, 2 de fevereiro de 2013

doodling in the key of c sharp.

Este sou eu. Este que escreve palavras aparentemente sem sentido, este que é bipolar na própria felicidade, este que não se controla. Contudo, ninguém me vê. Todos observam, não este, mas aquele, com um olhar curioso e talvez uma gargalhada a acompanhar. Aquele é um engenheiro qualificado de anedotas e é um bêbado degenerado e é um excelente aluno e tende a dizer muitas asneiras e é estudioso e bem comportado e é um amante de mulheres. Quem é que é bipolar, afinal? Nenhum de nós. Complementam-se um ao outro e juntos, tal e qual modo super guerreiro ativado, acabam por se tornarem numa pessoa bastante agradável. Um ser meio elétrico, cheio de física, meio medieval. Não gosto da luz porque assusta o meu corpo já de si ligado e desperto. Com tanta energia em redor, tenho medo que me cegue com uma cegueira própria de um cego que vê demais. E vejo, observo, olho, fito, para mais tarde desligar. O CPU pode estar carregado, mas ele é eficiente. E já mencionei que comprei uma nova memória? Um dia, talvez muito distante deste em que escrevo, um dia irei dissertar sobre as memórias no meu novo disco. E não irão ser textos bonitos. Posso evitar vocabulário menos apropriado quando estou no meu mundo, mas não pensais por um segundo que ele não possa ser utilizado. Quando acabar este ano, irei xingar algumas pessoas ao ouvir aplausos e vaias. E não se atrevam a mencionar em alguma qualquer conversa que têm mérito no meu trabalho. Quem tem mérito, irá ser-lhe reconhecido. Os outros irão ter a sua oportunidade. Não voltem sequer a pensar que o meu trabalho é fruto do vosso, o que quer que seja que façam. Se faço o que faço, sou eu e os meus dois olhos. A minha visão irá escrever sobre o que a tem importunado. Não irá ser ficção, como os vossos pensamentos marcianos, já longe do vosso corpo. Um pouco aluado estou eu, que sei que pessoas que não me conhecem me vêm como pessoas que me conhecem. Não tentem. Até com as pernas partidas a minha visão seria irrepreensivelmente funcional, mesmo que as minhas duas mãos executem atos, no mínimo, alucinatórios.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

liebster award.


Obrigado à Joana que gosta de me associar a ovos estrelados. E à Super Sónia. É só selos e prémios ultimamente.




Regras:

  1. Lista com 11 factos sobre mim;
  2. Responder às 11 perguntas que me atribuíram;
  3. Nomear 11 blogs com 200 ou menos seguidores, colocar o link dos seus blogs neste post e avisá-los sobre o prémio;
  4. Fazer 11 novas perguntas às bloggers que nomeei para o prémio.

11 factos sobre mim:
  • Choro sempre que o Han Solo salva o Luke Skywalker no quinto filme.
  • Sei todas as cenas de cor do Padrinho.
  • Gostava de ter conhecido Almada Negreiros e Jim Morrison.
  • Adoro caracóis e sardas.
  • Sou portista doente. Sério.
  • Acho que Marilyn Manson é um dos melhores artistas a nível mundial. (white trash para quem não acredita)
  • Consigo estudar matemática uma tarde seguida, adoro matemática.
  • Odeio colégios e externatos.
  • Sempre que vejo Nova Iorque, fico entusiasmado.
  • Se alguém me oferecer o dvd do Requiem For A Dream, declaro-lhe amor eterno.
  • Às vezes apetece-me nunca mais vir para o pc escrever, e escrever em cadernos.
Perguntas:

Se te pudesses definir numa só palavra, qual seria? Complexo.
Objectivo de vida: Não me tornar previsível e inventar alguma coisa que nunca foi pensada por ninguém, do tipo revolucionária. 
Que tipo de posts gostas mais de ver nos outros blogs? Gosto de ver tudo, mas mais posts em que se nota que a pessoa está chateada.
Tens algum vício? Roo as unhas. IMENSO.
O que é que mais gostas de fazer? Ver filmes e ouvir música.
Um desejo para 2013: Não desejo nada. Requiem For A Dream e Assassin's Creed 3. E o GTA V. Aproveitem, e o Elder Scrolls para a PS3.
Como é que defines o teu estilo em relação à moda? Isto. Fuck. (se alguém quiser dar...)
Quem é o teu maior ídolo? Não tenho.
Cantor/a favorito/a: Kid Cudi e Mac Miller.
Não podes viver sem? Família e amigos.
Que idade tem o teu blog? 3 meses e tal.

Blogs que nomeio:


11 perguntas para os blogs:

  1. Qual é o objecto que tem mais valor para ti? E porquê?
  2. Tens algum vício? Qual?
  3. Qual é o motivo de teres criado o blog?
  4. Andas no mundo da Blogoesfera desde quando?
  5. Um dos teus maiores medos.
  6. Aquilo que mais admiras no sexo oposto.
  7. Uma frase que te inspira.
  8. Um sonho que desejas concretizar.
  9. Qual é a tua disciplina preferida?
  10. Tens irmãos? Quantos?
  11. Se pudesses mudar alguma coisa no Mundo, o que mudavas?