quarta-feira, 28 de novembro de 2012

achilles' last stand.

Oh, to ride the wind… Começa sempre com aspiradores e armas na televisão. Os botões confundem-se por esta altura e em vez de disparar, estou a lançar granadas. Não só nos jogos mas também mentalmente. Disparo, protejo, desvio, volto a disparar, recarrego. Bem, uma infinidade de táticas utilizadas para divertimento. Só que deixam de ser armas e não é nada de violento. Não existem lanternas para os níveis mais escuros, não existe escolha na dificuldade, não existem munições espalhadas no chão, não existe menu de pausa, não existe nada. Mas que os jogos são brutais, são. Consigo passar dois dias inteiros a jogar a mesma coisa só pela espetacularidade. Finalmente, acaba por se trocar o jogo porque acabou e joga-se outra coisa qualquer, ou então nem se joga. Contudo, pode-se sempre voltar àqueles dias porque o disco está arrumado numa qualquer prateleira, a apanhar pó e a expirar o prazo da garantia. Isso não o torna menos entusiasmante ou brilhante. Às vezes, olhar para ele de longe vale a pena. Imagino-o com cabelos pretos. Já não jogo Halo há muitos anos, nem sequer penso em jogar, mas que ele é belo e importante, é.

sábado, 24 de novembro de 2012

just what i am.

Todos os dias, antes de adormecer, penso em vários cenários. Às vezes aos milhares, mil ideias inovadoras aparecem. São carros a deslocarem-se a velocidades elevadas e eu só consigo aperceber-me do borrão de luz dos médios ligados. Autoestradas alemãs, sem limite de velocidade, extremamente belo. No entanto, não consigo aperceber-me nem da cor do carro, está escuro. Está escuro cá dentro. Quem vê de longe pensa que é uma fotografia nítida e artística. Sim, não tenho dúvidas que seja artística, mas a arte ainda está a uma distância considerável da beleza. São conceitos demasiado subjetivos, assim como a compreensão dum pensamento ou a expressão dele mesmo. É necessário estar no mesmo estado de espírito ou psicadélico da pessoa que tem esses mesmos pensamentos. É difícil, visto que somos todos diferentes com mentes diferentes. Ou se analisa em demasia, ou então não se analisa o suficiente. Há sempre a terceira opção, aquela menos adequada: deixar os pensamentos deambular pelo escuro até que embatam contra uma qualquer parede e desmaiem. Esta escolha é merecedora do olhar atento de uma câmara, para mais tarde ser recordada, porque são estas tomadas de decisão que fazem toda a diferença no carácter de alguém. Por vezes, deve-se fechar os olhos para evitar a desilusão de só ver carros em andamento numa noite escura, sabendo, contudo, que pode bem estar a decorrer uma prova de fórmula 1. Além da escuridão que rodeia tudo menos a televisão ligada, agora é o ar gélido que se faz sentir. Passa por entre os pés e corta tudo no seu caminho. Ah!, como eu invejo aqueles velocistas, devem estar tão confortáveis dentro dos seus carros. Que bom que é viajar de noite, seja mentalmente ou fisicamente. E a dormir. À espera que o telemóvel toque, para despertar os sentidos, antes que… Sonolência. E o frio continua, piorando cada vez mais o negrume do céu que já nem é céu, já nem é nada. Reflexo do alcatrão marítimo e de pirilampos que sobrevoam o passado. Ah!, se os pirilampos fossem só luzes. Também são letras aleatórias nas redes sociais, que ainda reluzem, obviamente, mas esta chama destaca toda a falta de criatividade e de valentia que se faz sentir por certos círculos. Ainda bem que esses círculos foram desfeitos, apesar de vãs tentativas de se tornarem quadrados. Nunca serão figuras geométricas naturalmente perfeitas, vivem simplesmente para serem um pouco planas e não espaciais, nasceram quadradas e querem ser circulares. Não depositem grandes esperanças nessa alteração de forma, pois estão destinadas à insignificância total. Como uma bicicleta a descer um monte desinteressante, sem capacete, sem proteção e sem vergonha. E tudo isso é o que deveria ter, porque não se pode dar ao luxo de perder companheirismo por parte de alguém tão grandiosamente importante.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

you.

Já sentia saudades do tempo ameno, é prenúncio de algo bom. Só posso pensar na vitória do Futebol Clube do Porto para hoje e é sempre motivo de exaltação quando o campeão nacional joga no seu estádio. É um sítio abençoado por todo o tipo de frades, bispos, sãos, santos, deuses e até o próprio Papa. O presidente. Por outro lado, a vida não é só futebol. Também se trata de viagens acompanhadas. Talvez Guimarães ou Setúbal. Parecem ser sítios amorosos, deslumbrantes, bastante encurvados, de perder a respiração e interessantes. É sempre refrescante visitar novas regiões cidades sem sequer ser uma longa viagem. Agora ir à Lua, isso sim. Não que eu tenha ido, porque não fui, mas gosto sempre de pagar o bilhete a outra pessoa. E agora, com toda a sinceridade, admito que não quero ir a esse satélite, ou a Guimarães ou a Setúbal. Apesar destas viagens terem aspetos benéficos para o corpo, não o têm para a mente. Sendo eu já musculado nesses tais pecados viagens, admito também que sou raquítico e anoréxico quando o assunto é caminhar. Gracioso e enamorado. Não sei porque nunca andei... Vou testar, um dia destes, se me motivar o suficiente. Sendo assim, vou perder músculo. Caminhar faz bem à saúde e vai fazer com que adormeça com um só pensamento. Se há coisa que o Português me ensinou, foi a metáfora. Útil para todo o tipo de escrita, já que permite a expressão anormal sem se tornar um crime público. Loiro, constipado, simpático, sonolento, experiente. Otário.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

fight the feeling.

Há dias em que nada parece acertado e o mais pequeno problema é uma calamidade. Hoje não é um desses dias, mas bem que podia ser. Acordar de manhã, tomar banho, vestir-me, comer, lavar os dentes, sair de casa. Às vezes acho que nem vale a pena. Ficar em casa sem me vestir, sem tomar banho e sem comer, parece-me bem mais atrativo. A verdade é que esta ideia só é atrativa para o meu alter-ego das 8 às 10. O outro, o do resto da manhã, gosta é de acordar cedo para ver o céu ainda preto pela manhã. Mil e uma personagens diferentes, com objetivos diferentes. Contudo, toda esta diversidade não resulta em várias pessoas diferentes dentro de uma. Amanhã, quando acordar, vou continuar a ser o mesmo que fui há 2 dias atrás. Talvez com gostos diferentes, mas exatamente o mesmo. Sincero acima de tudo e sem negar toda a minha vileza e infâmia.

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.” Álvaro de Campos, Poema Em Linha Reta

Nunca é de mais repetir que ninguém é assim. (Não às 8 da manhã, mas nas situações que importam.) Felizmente, eu não desenho smileys nos testes de alunos e não diferencio ninguém. Isso sim, é mesquinho. Nem tenho menosprezado ninguém publicamente recentemente, é de louvar. São alter-egos variados. Com E sou o do resto da manhã, com D sou o das 8 às 10. Décimo segundo, ao que me obrigas.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

gin and juice.

Céu irado. É a única forma que tenho de caracterizar o dilúvio que se fez sentir no Porto. Até tenho medo de sair de casa amanhã, acho que vou ter que ir para a escola de barco. Um passeio de tarde é sempre agradável, uma leve caminhada. No segundo em que ponho um pé fora da porta, começa a trovejar e a chover. Já não havia mais opções, tinha mesmo que percorrer aquele caminho. Parando em todos os prédios e abrigos possíveis e imagináveis, foi esta a minha travessia. Foi realmente uma façanha, fui o primeiro a descobrir o caminho marítimo para Santo Ovídio. As portas automáticas abanavam, os carros pareciam levantar do chão e eu no centro da destruição. Para cumulo, não é o facto de estar uma calamidade lá fora que me enerva, mas sim todas as pessoas que passam de guarda-chuva. Nenhuma desiludiu, todas elas olharam pelo canto do olho, esboçaram um leve sorriso de pena como quem diz - "Deve ser mau estares a molhar-te dessa forma, rapaz.". Sim, é mau e preferia ser ignorado. Assim como preferia ignorar o furacão Sandy. Veio desde Nova Iorque até se despenhar no país. Até já pensei numa nova forma de merchandising. T-shirts com "Eu sobrevivi ao dilúvio! #2012" mesmo na frente. Para toda a gente ler, já que é motivo de orgulho. Orgulho... Não me parece que ainda exista disso por estas bandas. Ou para as bandas de Gabão. Sinceramente, já nem me surpreendo. Lá para a Irlanda do Norte, o tempo também não esteve muito positivo. Espero que não se torne hábito e que dias de Primavera voltem a aparecer. No futebol também.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

futebol.


«Ontem, a liga espanhola entregou os prémios relativos à época de 2011/12 e os resultados são, numa palavra simpática, fascinantes. Então é assim: o Real Madrid, que venceu o campeonato, foi considerado a melhor equipa, mas José Mourinho não foi eleito o melhor treinador: o prémio foi entregue a Pep Guardiola pela segunda época consecutiva. Curiosamente, o Barcelona, que acabou a liga em segundo lugar, também acumulou os prémios para o melhor jogador – Lionel Messi, claro, pela terceira vez seguida – para o melhor médio – Iniesta – o melhor médio-centro – Xavi Alonso – e até o prémio fair-play, entregue a Carlos Puyol. Ora, se o Barcelona tem os melhores jogadores e o melhor treinador, como é que não foi considerada a melhor equipa? E isso já para não perguntar como é que não foi campeão. E, em contrapartida, se os melhores jogadores são do Barcelona e se mesmo assim o Real Madrid é a melhor equipa, como é que José Mourinho não é o melhor treinador? A resposta a esta e a outras perguntas semelhantes é simples: aquilo que a Liga Espanhola premiou ontem não foi a qualidade do trabalho dos treinadores e dos jogadores que atuam em Espanha na última época: foi a sua popularidade. Ora, como tão bem sabemos por cá, José Mourinho nunca foi um treinador particularmente popular aos olhos dos rivais – e foram os rivais que votaram. Em contrapartida, ninguém por cá duvida de que é suficientemente competente para construir a melhor equipa do campeonato espanhol, mesmo sem contar com os melhores jogadores. Deve ser por isso que lhe chamam “Especial”.» Jorge Maia, jornal O Jogo

domingo, 11 de novembro de 2012

one last thing/i'm gonna be.


Gratificações, não há nenhumas. Mesmo quando o esforço é máximo, a recompensa costuma ser nula. De que adianta ter boas notas em todos os testes, as pessoas acharem isso ser sinal de inteligência, se nada é posto à prova? De que vale gostar de matemática e estudar imenso? Daqui a uns anos, não me vou vangloriar com um teste. Nem com uma nota que tive no secundário. Pensando bem, está tudo a acabar. Vai haver um dia nos próximos anos em que vou deixar de ser jovem para passar a ser adulto. Que palavra feia. Tenho medo dela. Será que isso significa deixar tudo o que faço agora? Não quero. Não estou preparado para uma situação prática em que tenha de aplicar conhecimentos teóricos, não estou preparado para deixar de fazer diretas, não estou preparado para deixar a minha família, não estou preparado para seguir uma vida diferente da esperada. É tudo o quero e é tudo o que não consigo. Não quero acordar um dia de manhã com um pack de cervejas num qualquer motel, com uma barriga tipicamente inglesa, para ir trabalhar num qualquer emprego entediante. Quero acordar de manhã e ver os desenhos animados do zig-zag, comer os chocapics do lidl, ir trabalhar feliz e ser respeitado. Quando sair de lá, quero ligar a toda a gente e embebedar-me como sempre. Todos os dias. Quero sentir algo novo todos os dias, até não existir nada mais. Beber todo o tipo de álcool e gostar de todos eles. Ou então não. Felicidade é sempre bem-vinda, mesmo que seja camuflada. Apesar disso, toda a gente sabe que não são os resultados académicos que deixam alguém feliz. Ao menos, as alterações de estado de espírito relembram-me que estou vivo. Humano, como os demais. E hoje nem vou dormir. Vou jogar até me doerem os dedos, vou ver televisão até me doerem os olhos, vou deixar o facebook ligado toda a noite só porque sim, vou ver a trilogia do Padrinho, mas, o mais importante, vou continuar a escrever. Alguns sonhos são demasiado grandes para só existirem na mente de alguém. Vou aprender a andar de skate, vou comer bolas de Berlim todos os dias, vou mostrar tudo isso. E amanhã vou acordar às 17 e 50, vou ver o Porto a ganhar a Académica, e só depois é que vou tomar o pequeno-almoço, nem que saiba a jantar. Só porque mereço. E que se foda quem diga que não.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

miss me. (repetições)


Por amor de deus, calem-se com a Casa Dos Segredos. Já sei que o Wilson matou o Hélio e ele planeou tudo. Parem de partilhar os vídeos e dizerem ao mundo que ele foi tramado. A vossa preocupação por estranhos é realmente reconfortante. Eu que nem sou religioso, tenho vindo a rezar. Por favor, Deus, faz com que se calem. As minhas preces parecem ter sido ouvidas e o burburinho de fundo que irrita qualquer um tem vindo a diminuir. É a condição humana. Se antes de barafustar pensasse um pouco, apercebia-se que toda essa resignação para com o programa só aumenta audiências e o resultado obtido é exatamente o que os produtores desejam. Mais publicidade gratuita. Então, arranjem outras coisas de que falar, mais produtivas. Falem da amizade, é algo importante. Faz-nos cometer loucuras se for verdadeira e leva-nos à exaustão. Contudo, no final, vale sempre a pena. Olhar nos olhos de alguém e ver admiração ou amor é um dos melhores confortos que podem existir, fazendo-nos sentir quentes e abraçados em qualquer circunstância. Quando se acorda maldisposto e rabugento pela manhã, às vezes uma mensagem ou um telefonema são capazes de resolver todos os problemas. Este tipo de amizades devia ser estudado por uma qualquer ciência. Uma inovadora e dependente da condição humana. Afinal, não é assim tão má. Faz-nos viver em terras cinzentas e faz-nos sentir enormes.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

scott mescudi vs. the world.


Todos os teus defeitos e qualidades culminam no mesmo lugar. Sempre tratei de ti como uma irmã mais nova, e é assim que esse amor é correspondido. Talvez tenha chegado a altura de nos despedirmos como irmãos, mas, como bem sabes, ninguém é bom com despedidas. São depressivas, cansativas, chorosas e, acima de tudo, são a afirmação que não dá para continuar. Talvez mais tarde, quando as nossas personalidades não colidirem tanto e quando as desilusões diminuírem. Da tua parte, porque da minha, não tens razão de reclamação. Sempre dei o meu melhor para contigo e isso não foi retribuído. As tuas promessas já nada significam comparadas com as de tempos passados e, digas o que disseres, foram as tuas atitudes que motivaram todo este afastamento. Ligares-me de noite não resolve nada, assim como os teus pedidos de desculpa. Mentiras e egocentrismo levaram-te até onde estás hoje, um sítio bem sombrio. Não é que tu não gostes de lá estar, mas, também eu sou egocêntrico e preferia que lutasses por outros ideais. E sabes, a distância física e psicológica não me incomodam. Ainda me alegra de manhã passar por ti e ouvir a tua voz esganiçada que eu tanto odeio, como um sinal de que já não estou a sonhar e estou bem acordado. Não acho que seja possível deixar-te por completo, há uma parte de mim bastante agarrada a ti. Não te quero largar. (irmã)

sábado, 3 de novembro de 2012

tron cat.


Já alguém ouviu a história dos 3 porquinhos? Bem, o protagonista é o lobo. Como é para crianças, o animal morre no fim e os porquinhos lá sobrevivem felizes, mas, na consciência de cada um, esta fábula nem sempre se verifica. Nunca se deve dar de comer ao lobo mau, ele tem problemas de alimentação. Talvez ele só precise de uma massagem ou de um dia no spa para se sentir amado e cuidado. Ou então, precisa de ser compreendido para ser eliminado. Pois é, às vezes esse lobo come os 3 porquinhos. Todas aquelas atitudes e ações repreensíveis são obra exclusiva desse grande ser que vive dentro de nós. No entanto, não é desculpa para todos os nossos erros. Domestiquem-no, ponham-lhe uma trela, levem-no a passear, o que quiserem, mas não o usem como desculpa, pois não somos melhores que ele. Toda a gente tem pensamentos impuros, quer o admitam ou não, e a capacidade de lidar com eles faz toda a diferença. Pensem só em coisas más, acabam numa instituição. Nadem em pensamentos positivos, acabam numa depressão. É difícil manter a situação pela metade, mas tem de ser. A verdadeira felicidade não é sorrir sempre que andamos na rua, ou ser bem-sucedido. Não, a felicidade está relacionada com metas. Objetivos. Atingi-los é sempre complicado, mas quando isso acontecer, é descoberta uma nova sensação. Não vem do cérebro ou do coração, mas sim do âmago da alma. A verdadeira felicidade é isso mesmo, o trabalho e esforço recompensados. É o lobo a avisar que já não é feroz, mas sim um ser dócil e carinhoso, capaz das mais extraordinárias façanhas. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

black boy fly. (parte 2)


Tanto esforço para nada. É como melhor se descreve certas situações que são trabalhadas até à exaustão, só para no final nada se concretizar. Como estudar “Os Lusíadas”, complementos e modificadores até cair para o lado ressacado, para nem sair no teste. Muito obrigado. Nem é sarcasmo. Esse tive que o descobrir no meio de 6 estrofes arcaicas nunca antes vistas na minha vida e adivinhar como seria a vida do poeta. Nada contra ele, que é realmente um génio. 1102 estrofes, todas elas a rimar, todas elas decassilábicas, é só destinado ao melhor dos melhores. Contudo, isso não significa que eu tenha de ser um dicionário de excelência e saber todo o tipo de palavras mortas, enterradas e com o funeral já feito, porque não sou assim tão bom. Mas escrever uma composição de 250 palavras em 10 minutos, isso sim, é digno de ser analisado. Para depois ser ridicularizado, já que, volto a repetir, não sou assim tão bom. Até o Camões já se sentia cansado e precisou de outra invocação a meio do canto VII, e ele é assim tão bom. Antes do próximo teste de Português, também vou invocar qualquer coisa. Ah, testes. Como os professores se regozijam ao ver os alunos contorcerem-se de medo e dúvidas. No entanto, o clímax apenas é atingido quando um aluno coloca uma questão e recebe a resposta “Se for em exame, o senhor também não obtém resposta!”. Aí sim, a satisfação patente na cara de todos eles se torna evidente, como um oásis no deserto. Senhor? Não sei quais são os critérios para alguém se tornar senhor. Imagino que seja ter 18 anos, ou ser dono de algo. Não, senhor. Por outro lado, eu deixo que se divirtam desta forma, pois cada um tem as suas formas de contentamento e eu tenho a certeza que as minhas são bem melhores.