quinta-feira, 1 de novembro de 2012

black boy fly. (parte 2)


Tanto esforço para nada. É como melhor se descreve certas situações que são trabalhadas até à exaustão, só para no final nada se concretizar. Como estudar “Os Lusíadas”, complementos e modificadores até cair para o lado ressacado, para nem sair no teste. Muito obrigado. Nem é sarcasmo. Esse tive que o descobrir no meio de 6 estrofes arcaicas nunca antes vistas na minha vida e adivinhar como seria a vida do poeta. Nada contra ele, que é realmente um génio. 1102 estrofes, todas elas a rimar, todas elas decassilábicas, é só destinado ao melhor dos melhores. Contudo, isso não significa que eu tenha de ser um dicionário de excelência e saber todo o tipo de palavras mortas, enterradas e com o funeral já feito, porque não sou assim tão bom. Mas escrever uma composição de 250 palavras em 10 minutos, isso sim, é digno de ser analisado. Para depois ser ridicularizado, já que, volto a repetir, não sou assim tão bom. Até o Camões já se sentia cansado e precisou de outra invocação a meio do canto VII, e ele é assim tão bom. Antes do próximo teste de Português, também vou invocar qualquer coisa. Ah, testes. Como os professores se regozijam ao ver os alunos contorcerem-se de medo e dúvidas. No entanto, o clímax apenas é atingido quando um aluno coloca uma questão e recebe a resposta “Se for em exame, o senhor também não obtém resposta!”. Aí sim, a satisfação patente na cara de todos eles se torna evidente, como um oásis no deserto. Senhor? Não sei quais são os critérios para alguém se tornar senhor. Imagino que seja ter 18 anos, ou ser dono de algo. Não, senhor. Por outro lado, eu deixo que se divirtam desta forma, pois cada um tem as suas formas de contentamento e eu tenho a certeza que as minhas são bem melhores.

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